A primavera inicia nesta segunda-feira (22), às 15h19min (horário de Brasília), trazendo de volta os dias mais longos e iluminados. Apesar da transição natural para temperaturas mais amenas, o Rio Grande do Sul inicia a estação sob a influência do frio, com mínimas próximas ou abaixo dos 10°C em várias regiões e até risco de geada nos primeiros dias.
Chuva e temperatura dentro da média, mas com períodos secos
De acordo com a previsão, a estação deve apresentar chuva e temperaturas próximas à média histórica. Ainda assim, períodos mais secos e quentes não estão descartados, especialmente no centro-oeste gaúcho.
O professor Julio Marques, do curso de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), explica que os acumulados devem se manter próximos da normalidade no início da estação, mas tendem a diminuir em novembro e dezembro: “Devemos ter uma redução da chuva entre o final da primavera na Fronteira Oeste e na Campanha, e no restante do Estado no início do verão. Não significa ausência de precipitação, mas volumes menores e irregulares”, afirma o especialista.
A meteorologista Danielle Ferreira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), complementa que não há previsão de cortes drásticos na precipitação, mas a estação pode registrar índices de chuva entre 30 e 50 milímetros abaixo da média.
Os valores históricos da primavera no Estado variam entre:
-
500 a 600 mm nas áreas do Norte,
-
400 a 500 mm no Centro,
-
300 a 400 mm no Extremo Sul.
Temperaturas mais altas até o fim da estação
Para outubro, a tendência é de temperaturas amenas, mas a aproximação do verão deve trazer valores acima da média. Em grande parte do Estado, os termômetros variam entre 19°C e 24°C, podendo chegar a 2°C acima do normal neste ano.
Segundo Marques, a redução da chuva favorece o ar mais seco e o aumento das temperaturas, criando anomalias de calor para o fim da primavera: “A primavera começa com cara de inverno, mas, conforme diminui a umidade, o cenário passa a favorecer temperaturas mais elevadas. Esse quadro pode aumentar o risco de estiagem”, alerta.
Risco de La Niña
Outro fator de atenção é o La Niña. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já aponta sinais do resfriamento das águas do Pacífico, condição que pode consolidar o fenômeno climático ainda em outubro.
A expectativa da Climatempo é que o evento seja de curta duração e intensidade fraca a moderada. No entanto, mesmo nesses casos, o La Niña costuma trazer chuvas menos frequentes e mais irregulares ao Sul do Brasil.
Estação de contrastes
A primavera é marcada por contrastes. Os dias ficam mais longos e ensolarados, mas ainda podem alternar calor e frio devido à entrada de massas de ar polar. Essa instabilidade favorece a ocorrência de tempestades e mudanças bruscas no clima, além de alterações nos padrões de vento e umidade.
Foto: Divulgação