Com a expansão das áreas de conhecimento e as constantes transformações sociais e tecnológicas, o leque de cursos de Ensino Superior no Brasil nunca foi tão amplo. Graduações em inteligência artificial, formações ligadas à sustentabilidade, novas engenharias e carreiras interdisciplinares estão entre as opções que têm atraído estudantes. Mas, diante de tantas possibilidades, surge também a dúvida: qual caminho escolher?
Essa é a realidade de muitos jovens que estão concluindo o Ensino Médio. A estudante Luísa Lopes Duarte, 19 anos, conta que pensou em cursar Direito, mas optou por Relações Internacionais após pesquisar a grade curricular e conversar com professores. “Eu ia cursar Direito, mas não abrangia tudo que eu queria. Me apaixonei por Relações Internacionais, achei o curso completo”, afirma a aluna da Unisinos, em São Leopoldo.
A experiência de eventos universitários também tem sido decisiva. No Conecta Unisinos, encontro que reúne estudantes do Ensino Médio para oficinas práticas, a jovem Sofia Nienow, 17 anos, confirmou sua escolha pela mesma graduação. “Tenho facilidade com idiomas e o curso é importante em um mundo globalizado. Estava em dúvida entre Administração e Relações Internacionais, mas percebi que me identifico mais com áreas como Filosofia, Geografia e Sociologia”, relata.
Já Pedro Pontes Rodrigues, 19 anos, está em fase de decisão entre Fisioterapia e Educação Física. Para ele, as oficinas ajudaram a visualizar melhor as carreiras. “Sou da área do esporte, mas quero me aprofundar em fisioterapia de reabilitação. As atividades práticas abriram horizontes”, conta.
Como decidir?
De acordo com a psicóloga Graziela de Barba, do Unisinos Carreiras, a escolha deve considerar três fatores principais: autoconhecimento, exploração e cenário. O estudante precisa mapear suas habilidades, conhecer de perto os cursos e analisar o mercado de trabalho.
Eventos como o Conecta, segundo ela, ajudam a experimentar a vida universitária na prática, tornando a decisão mais embasada.
O pró-reitor acadêmico da Unisinos, Gustavo Borba, reforça que a escolha não precisa ser definitiva: “Não é uma decisão para sempre. Hoje é mais fácil mudar de percurso, optar por áreas interdisciplinares e até migrar de curso dentro da universidade.”
Uma geração que busca propósito
Estudos apontam que a chamada geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) tem buscado mais do que sucesso profissional: deseja impactar positivamente a sociedade. “Carreiras que permitem transformar a realidade estão sendo priorizadas”, observa Borba, citando a pesquisa Generation Z Goes to College.
A professora Vânia Schneider, coordenadora de Enfermagem, lembra que a responsabilidade social é parte central da formação em saúde: “Não podemos simplesmente ser enfermeiros. Precisamos compreender o propósito e o impacto dessa profissão.”
Já o professor Lúcio Prade, coordenador de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica, destaca a importância das experiências práticas desde os primeiros semestres: “Incentivamos o estágio e o contato direto com o mercado. É isso que prepara o aluno para o futuro.”
O futuro em construção
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